Dr. Luiz Marcelo Chiarotto Pierro

Na época da realização do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), algumas dúvidas aparecem. Como controlar a ansiedade em véspera de prova?

O fenômeno de ansiedade por ocasião de avaliação é tão antigo quanto a própria existência da escola, com suas provas, avaliações, testes, concursos, etc. Ansiedade de prova é hoje, entre as espécies de ansiedade, a mais amplamente pesquisada, sobretudo no contexto dos estudos da motivação e rendimento escolar.

A ansiedade de provas é definida como reações psicológicas, fisiológicas e comportamentais, associadas com a preocupação excessiva com os resultados negativos derivados do fracasso ou mau desempenho em situações de avaliação. Alguns fatores estão contidos neste contexto, como a emocionalidade, o ficar aborrecido com algo, a interferência e a falta de confiança. As avaliações são, em geral, percebidas como uma ameaça pessoal. No Brasil, um estudo do professor Gonzaga confirma que 62,53% dos alunos e 66,96% das alunas apresentam ansiedade em provas.

Atualmente um novo estudo destaca algumas soluções para esse problema. Exercícios simples de escrita de 10 minutos, realizados antes de um teste, ajudaram os alunos a entender o estresse como uma “força benéfica e positiva”.

Outras tarefas podem ser realizadas, como atividade física, alimentar-se bem e não fazer uso de substâncias como álcool e drogas. Adotar hábitos de vida saudáveis.

Dormir cedo é também importante. Embora seja tentador estudar até de madrugada, mas a opção é ler um livro ou mesmo relaxar ouvindo música e tomando chá. O cérebro precisa de descanso e relaxar.

O estresse e a respiração profunda não são adversários. Numa palestra do TED, a psicóloga Kelly McGonigal explica que reformular o estresse pode ajudar as pessoas a serem mais produtivas. “Se você está respirando mais rápido, não há problema. Está recebendo mais oxigênio para seu cérebro”.

Muitas vezes é necessário retirar o peso que os exames têm na escola. Deverá se enxergar menos como um exame de avaliação, mas sim uma oportunidade de aprender e de diagnosticar conquistas e defasagens.

Nada em excesso é normal. A ansiedade pode ser trabalhada de maneira não medicamentosa, desde que não prejudique demasiadamente os objetivos das pessoas. Caso isso ocorra, sempre é necessário procurar um especialista.

Um forte abraço!